quarta-feira, 5 de maio de 2010

COMO CULTIVAR A VOCAÇÃO

Pe. Alfredo J. Gonçalves, cs
Vocação é semente lançada no coração de cada pessoa. A semente cai na terra, pouco a pouco vinga e começa lentamente a brotar. Busca o céu, o ar livre, a luz! Mas antes de se tornar flor ou espiga, mergulha as raízes no solo úmido e frio. As vocações são diferentes, nem melhores nem piores umas em relação às outras, apenas diferentes. Das várias vocações, surgem o jardim. Este é tanto mais belo quando mais diferenciadas as flores. Evidente que se Deus é o Grande Jardineiro, os nossos vocacionistas são os jardineiros auxiliares.

Quatro campos, interagindo complementariamente, contribuem para que a semente se converta em botão e este em flor. O primeiro deles é o coração e a consciência do vocacionando. Coração e consciência são terrenos sagrados. Ninguém entra nesse sacrário humano. O próprio vocacionando é que pode parar alguns minutos por dia – cinco, dez, vinte, trinta – para conversar com Deus. Nesses momentos de silêncio e de oração, a sós com Jesus, pode discernir melhor sua vocação, sintonizar-se com a vontade do Criador e fortalecendo sua decisão.

O segundo campo é a família. Aqui também há um terreno único e sagrado. Cada família tem sua história, seus segredos, desenvolve uma certa intimidade. É aí que o vocacionando pode fazer a diferença. Se ele levar a sério os momentos de silêncio de oração, do item anterior, semelhante atitude terá repercussões no interior de toda a família. Não há necessidade de ser piegas, beato ou fanático, apenas aprofundar-se no discernimento sério e consciente da própria vocação. Por outro lado, muitas vocações já nascem em ambientes familiares que promovem o desenvolvimento da semente em botão e deste em flor. Nem precisaria acentuar a importância de um relacionamento sadio com o pai, mãe, irmãos e demais familiares.

Em terceiro lugar, temos a vida eclesial. Nenhum vocacionando vai à frente sem uma vida eclesial sólida e freqüente. O vínculo com a comunidade da qual faz parte ou com a sua paróquia deve fazer parte do dia-a-dia. Aqui as receitas são as de sempre: bom relacionamento com o padre, ministros, catequistas e agentes de pastoral; oferecimento para ajudar na catequese, na liturgia, no canto ou como coroinha; mas especialmente a participação assídua na eucaristia. A comunidade ou paróquia deve figurar como a segunda família. De nada adianta deixar a vida eclesial de lado e dirigir-se direto a uma Congregação ou diocese para discernir a vocação.

E assim entramos no último campo: o relacionamento com a Congregação à qual o vocacionando se sentiu atraído. Como já vimos, se Deus é o Grande Jardineiro desse campo de flores que são as diferentes vocações, os animadores vocacionais são aqueles que estão encarregados de cuidar mais de perto do jardim. Cartas, visitas, telefonemas, contatos com a família são suas formas de agir. Além disso, vez por outra, é preciso reunir todas as flores em encontros periódicos para cada um dar-se conta que não está só. Mesmo distintos e vindos de lugares diferentes, formamos um jardim. Mas esse relacionamento deve ter mão dupla: do animador vocacional para o vocacionando, mas também deste para aquele. A relação deve ser recíproca.

E aqui entra outra tarefa do animador vocacional. Informar sobre a origem da Congregação, a história e obra do fundador, o carisma e a missão a que somos chamados, onde estamos atuando pelo mundo afora, a necessidade de novos missionários, e assim por diante. É assim que a vocação vai amadurecendo para algo mais sólido.

Repetindo as quatro formas de cuidar da semente, da flor frágil e do jardim: oração pessoal com Deus, bom comportamento na família, uma participação ativa na comunidade ou paróquia e um relacionamento freqüente com a Congregação através dos animadores vocacionais.

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