quarta-feira, 5 de maio de 2010

Como um jovem pode descobrir hoje sua vocação num mundo tão secularizado?

A característica do mundo pós-moderno no qual nos encontramos é a perda da paixão pela verdade. Isto se expressa numa atitude fundamental de indiferença: há como uma perda do gosto a colocar-se a questão do sentido da vida para gostar do imediato. Por isso a primeira condição para que um jovem possa descobrir sua vocação é que ele (a) descubra o gosto das questões últimas. Ás vezes também, a pastoral da Igreja parece mais preocupada a dar respostas que a levantar perguntas verdadeiras nos corações. Uma obra interessante de pedagogia juvenil se chama: Se me amas diga-me que não. Amar verdadeiramente os jovens significa suscitar neles inquietações, não deixar-lhes em paz, provocar-lhes pensar e buscar um sentido além do visível e do imediato.

Para fazer isto, devemos dar aos jovens um testemunho credível da beleza de uma vida vivida no horizonte de uma esperança maior, que abra o coração ao gosto de perder a mesma vida por amor dos outros, e especialmente por amor do Único que possa dar a vida um verdadeiro sentido que não decepcione. O lugar do encontro com este Único tem dois rostos: o primeiro é a oração e segundo é a caridade. Na oração luta-se com Deus, se faz a experiência da sua alteridade que nos se educa ao êxodo sem retorno no qual consiste propriamente o amor. Este amor alimentado pela oração se traduz no compromisso da solidariedade com os mais pobres e os mais necessitados, o empenho da caridade.

Fazendo experiência de oração e de serviço o coração descobre o gosto do sentido verdadeiro da vida: um provérbio da minha terra Nápoles, na Itália diz assim: “Se pode viver sem saber porque, mas não se pode viver sem saber para quem”. O sentido da vida não é nunca algo, mas sempre e só alguém. Anunciar aos jovens este alguém é apresentar a eles Jesus Cristo, a revelação do amor do Pai, testemunho de um horizonte de esperança que vence a dor e a morte. Os jovens nos quais se levantam a verdadeira pergunta não encontrão dificuldades para reconhecer em Jesus anunciado por testemunhos credíveis a possibilidade de uma vida cheia de sentido e de beleza, porque totalmente vivida para os outros e para Deus.

O Que significa ser padre hoje?
No Novo Testamento Jesus é definido o Pastor Belo (Jo.10,11), isto significa que Ele não é só a verdade e a justiça, não é só verdadeiro e bom, ele é também a beleza que salva. Ser padre significa ter feito e fazer a experiência desta verdade, desta justiça e desta beleza de Jesus até o ponto de não poder viver sem compartilhar com os outros a graça da reconciliação recebida em Jesus. Como diz o apostolo Paulo nós não somos os patrões da fé dos outros, mas os colaboradores da alegria deles. Ser padre significa ser um homem feliz por viver, feliz por sentir-se amado por Deus em Jesus Cristo, apaixonado no desejo de comunicar aos demais a alegria deste amor que dá plenamente sentido e beleza a vida.

Eu não tenho medo de dizer que eu sou um homem feliz, feliz por ser padre, feliz por fazer experiência cotidiana do amor de Deus e de poder comunicar aos outros o dom da beleza de Deus. Aos jovens eu digo com convicção profunda de que vale a pena infinitamente entregar toda a vida por uma causa tão verdadeira, tão justa e tão bela como é a causa de servir ao reino de Deus, isto é de amar a Ele e de deixar-se amar por Ele, de amar os demais sobre tudo aqueles que ninguém ama.

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