quarta-feira, 5 de maio de 2010

Vocação: um chamado, uma resposta de amor!

Pe. Paulo Rogério Caovila, cs
Antes de qualquer reflexão, quero lembrar que a palavra vocação vem do latim vocare e que significa chamado. Quem chama é sempre Deus e quem responde somos nós através da escuta e da disponibilidade em amar e servir. Deus nos escolhe para segui-lo realizar uma missão a serviço do seu povo. Por isso, toda vocação existe em vista de uma missão. E todo chamado acontece a partir de duas liberdades bem concretas: primeiro a liberdade absoluta de Deus em nos chamar, e depois a nossa liberdade de dar uma resposta ao chamado de Deus com discernimento e maturidade. Ninguém de nós pode responder vocacionalmente a Deus sentindo-se pressionado ou forçado. A pessoa tem que se sentir livre para escolher o caminho da realização pessoal.

Deus é infinitamente livre de chamar. Ele é o Pai Criador repleto de amor que busca construir a melhor felicidade possível para todos seus filhos e filhas. Por isso, é que Ele não impõe e não obriga ninguém a ser aquilo que Ele deseja. Ele respeita e aceita o caminho que desejamos seguir. Certamente Ele continuará nos amando com a mesma intensidade. Entretanto, se aceitarmos e assumirmos com bravura a vocação que Deus nos destinou, certamente, seremos muito mais felizes, pois, tivemos a coragem de dizer sim a Deus e enfrentaremos todos os desafios da missão com fé e confiança.

Deus sempre será a fonte da nossa vocação. A iniciativa sempre parte Dele, ou seja, é do coração de Deus que nasce a vocação de cada um de nós. Deus nos dá a vida, a existência como pessoas humanas, feitas segundo a imagem e semelhança de Dele (Gn, 1,26). Deus também nos pede algo, ou seja, lança em nosso coração um convite para uma missão. Ele não deseja agir sozinho. Ele quer que a nossa viva esteja comprometida com a construção do seu Reino. Ele quer que sejamos pessoas felizes. Ele tem um projeto de amor para a cada um de nós. Ele partilha e espera de cada um de nós uma resposta generosa.

Deus nunca nos abandona. Ao longo da vida Ele nos envolve e nos abençoa de tal forma que dificilmente fugiremos do seu projeto. Ele nos fortaleceu e nos comprometeu no dia em que fomos batizados em nome da Santíssima Trindade. Naquele dia, Ele nos chamou (Jo 6,44-65) para uma vida digna do seu amor. O filho Jesus, enviado do Pai ao mundo, que é o nosso mestre, nos convidou a permanecer no seu amor (Jo 15,10). Ele chamou os discípulos, os instruiu e os enviou em missão (Mc 1,16-20 e 16,7.15). E o Espírito Santo ilumina, anima e conduz a nossa vida ao encontro de uma missão (At 13,1-3). Estamos nas mãos de Deus.

Assim sendo, podemos concluir que toda vocação se concretiza num caminho de crescimento. Deus nos chama à vida, Deus estreita a sua amizade conosco através do batismo, Deus nos faz crescer dentro da vida cristã como discípulos de Jesus Cristo e, finalmente Ele nos chama para uma vocação específica na Igreja.

Todos nós nascemos com uma vocação. Logicamente, Deus chama parte dos seus filhos para o ministério ordenado (diácono, padre ou bispo); outros para a vida religiosa-missonária (irmão ou irmã consagrados); outros para a vocação do matrimônio e outros ainda para uma missão como leigos na Igreja e no mundo, como sal e luz (Mt 5, 13-15) exercendo ministérios na comunidade, testemunhando o evangelho de Jesus Cristo.

Todas as vocações são importantes para Deus e necessárias para que o mundo descubra as diferentes formas de amar e servir. A vida é o maior dom de amor que Deus nos deu. Uma prova de que Deus realmente nos ama. Todos nós fomos criados por amor e com a missão de amar a Deus e todos os seus filhos. Quem é egoísta, auto-suficiente, fechado em si mesmo, ganancioso, jamais vai viver uma vocação. Viver uma vocação é viver o amor. Por isso viva para os outros como uma resposta de amor, justiça, paz e felicidade.

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